Golerio Cevallos e meia Thiago Neves são os personagens da final
Alguns chamaram de "Maracanazo", em alusão à final da Copa de 1950 quando o Uruguai venceu o Brasil em pleno Maracanã por 2x1. As circustâncias são diferentes, mas as dores, iguais. Ontem à noite, o maior estádio do Brasil ficou em silêncio após Washington perder o terceiro pênalti e ver a Liga Deportiva Universitária campeã da América. A equipe equatoriana está no Mundial de Clubes, que será disputado em Dezembro, no Japão.
Susto e show de Thiago Neves
A missão era díficil. Após perder por 4x2 em Quito, o Fluminense precisava de, no mínimo, dois gols de diferença para levar a partida à prorrogação. Uma vitóra por três gols dava o título aos cariocas. Mas, mesmo com a vantagem, a LDU não se manteve no campo de defesa. Tanto que aos cinco minutos Guerrón fez grande jogada, passou por Júnior César e cruzou para Bolaños fazer 1x0 e causar a primeira preocupação da longa noite tricolor. Com um sistema defensivo muito nervoso, o Flu se atrapalhou diversas vezes, causando frissom nos torcedores. Aos 11 minutos, o alívio: Thiago Neves deixou Vera no chão e chutou forte no canto esquerdo de Cevallos. Com o jogo em condições iguais as de início, a torcida jogou junta. E, em discutido da zaga equatoriana, Cícero recebeu passe no lateral cobrado por Júnior e cruzou para Thiago marcar novamente e virar o jogo. Os cariocas ainda pediram pênalti no lance em que Calle puxou Washington quando o atacante estava na cara de Cevallos. Héctor Baldassi nada marcou. Entretanto, quase que tudo vai por água abaixo. Em saída errada de Fernando Henrique, Bieler quase marcou o gol de empate.
Thiago marca mais um e jogo vai para prorrogação
O segundo tempo começa com alteração. Renato Portalupi coloca Dodô no lugar de Ygor. E, o que era pressão vira sufoco. O Fluminense empurrou a LDU para o seu campo no início da segunda etapa já que necessitava de mais um gol para forçar a prorrogação. E a noite era de Thiago Neves. Washington sofreu falta e o meia cobrou com perfeição: 3x1. Mais de 80 mil pessoas gritavam apoiando o Flu em busca do quarto, que seria do título. Dodô fez grande jogada, mas a bola desviou e foi na trave. Conca arriscou de fora da área, a bola pegou uma curva impressionante e quase surpreendeu Cevallos, que defendeu com o punho direito. Já a LDU chegou em chutes de Bolaños (defendido por Fernando Henrique) e Bieler (a bola foi na trave e Thiago Silva afastou). Final de jogo e o título seria disputado na prorrogação.
LDU é melhor, mas gol legal é anulado
Quase sem fôlego, o Fluminense parecia "administrar" o resultado de 0x0 na prorrogação e levar o jogo para os pênaltis. Esqueceram de combinar com a LDU. A equipe de Quito mostrou disposição surpreendente e teve as chances para matar o jogo nos 30 minutos extras. Nos dois tempos, a melhor chance tricolor foi (de novo) de Thiago Neves, que pegou de primeira um cruzamento de Conca, mas Cevallos espalmou. Ja a Liga teve um gol mal anulado. Guerrón cruzou e Bieler, na mesma linha do zagueiro, marcou, porém o bandeira anulou o lance apontando impedimento. Aos 16 minutos do segundo tempo, o mesmo Guerrón puxou um extraordinário contra-ataque do meio de campo e só não marcou porque Luiz Alberto o impediu. Acabou sendo expulso e Ambrossi cobrou na barreira. Era a hora dos pênaltis.
Cevallos reza e pega três pênaltis
A cobrança das penalidades seria na goleira onde Giggia marcou o gol do título uruguaio em 50. Superstição? Talvez. O primeiro a cobrar foi Urrutia. F.Henrique por chegou a tocar na bola, mas ela parou dentro do gol. Em seguida, Conca cobrou para o Fluminense, mas Cevallos pegou no canto esquerdo (tido como o ponto fraco do goleir). A segunda cobrança equatoriana foi de Campos, mas o goleiro tricolor pegou e deu esperanças aos mais 85 mil tricolores. Só que o personagem tricolor na noite, Thiago Neves, desperdiçou sua cobrança, pega por Cevallos. Na seqüência, Salas fez 2x0 LDU. Enfim, na terceira cobrança, o Flu fez com Cícero. No seu terceiro pênalti, a LDU também converteu com Guerrón. Estava, então, nos pés de Washington a quarta cobrança do Fluminense. E, o "Coração Valente, Guerreiro Tricolor" cobrou para Cevallos pegar e tornar-se o personagem da maior conquista do futebol equatoriano. Um Maracanã atônito viu a Liga Deportiva Universitária ser campeã e lembrar do "Maracanazo" de 1950.
RS - De João Carlos para o Futebol Forever